Desde o lançamento do PIX em novembro de 2020, as transações financeiras entre pessoas foi facilitada. A partir dele, as pessoas puderam transferir valores de qualquer lugar em qualquer horário sem pagar tarifas. Diante disso, o primeiro pensamento que surgiu entre os especialistas era de que as transações via DOC ou TED acabariam.
O êxito do PIX foi tão instantâneo que, somente dois meses após ser lançado, ele já era considerado o tipo de transferência bancária mais utilizada no país. No início deste ano, as transações no PIX já eram cerca de 20% superiores as realizadas via TED, de acordo com o Banco Central.
Existe uma outra projeção, um pouco mais ousada, que sinalizava que o cartão de débito também acabaria perdendo espaço, ao passo que os comerciantes começassem a aceitar pagamento com a solução do BC, realidade que vem se concretizando pouco a pouco.
Ainda está para acontecer a grande revolução no setor financeiro através de uma modalidade do PIX: o PIX Garantido. Esta nova modalidade será lançada em breve pelo BC e com ela, os usuários poderão parcelar suas transações sem a necessidade de ter dinheiro em saldo, funcionamento semelhante ao do cartão de crédito.
O cartão de crédito segue sendo a principal fonte de receita das maquininhas e dos pilares que os bancos possuem com seus clientes. Ele ainda é o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros no momento de efetuar uma compra no comercio virtual ou físico.
No primeiro trimestre de 2022, o montante contabilizado pelas compras realizadas no crédito em todo o país foi de R$478,5 bilhões, representando mais que o dobro do registrado pelo cartão de débito, que somou R$235,4 bilhões, de acordo com informações da Abecs, a associação que representa as empresas do setor.
Os cartões do crédito são mais importantes para o setor por conta do valor transacionado ser mais alto e também porque as maquininhas cobram dos comerciantes uma taxa mais alta para cada pagamento, em comparação com o débito.
O setor ainda ganha dinheiro com a chamada antecipação de recebível, isto é, quando uma compra é efetuada no crédito, o lojista são recebe o valor após 28 dias. Caso ele queira, é possível pedir para que o dinheiro caia antes, no entanto ele irá pagar uma taxa.
Ainda não existe uma data de lançamento da modalidade Garantido, no entanto, quando passar a vigorar, ela permitirá basicamente que os consumidores sem saldo possam agendar um pagamento para uma data determinada.
Caso a data chegue e o consumidor seguir sem saldo na conta, o banco garante o pagamento e o consumidor começa a dever para o banco. Na verdade, a nova modalidade nada mais é que um produto de crédito.
O impacto que isto causará no mercado de maquininhas dependerá das regras determinadas para a utilização do PIX Garantido. Caso o cartão de crédito realmente perca espaço, será normal que as empresas do setor sintam pressão em sua receita.
A nova funcionalidade também será muito útil para os pequenos empreendedores, pois eles conseguirão parcelar as compras de seus clientes sem ter que arcar com as taxas do cartão.
Uma outra vantagem para este público é a garantia do recebimento dos valores parcelados. A instituição financeira intermediadora assegura o recebimento do valor das parcelas, mesmo se o cliente não tiver saldo.
“Os bancos podem ter uma receita maior com o Pix Garantido em comparação com o cartão de crédito, mesmo que abra mão da tarifa de intercâmbio, podendo cobrar uma tarifa no Pix Garantido, a depender da regulação do BC”, disse o consultor João Bragança, diretor da área de serviços financeiros da consultoria Roland Berger no Brasil. à Agência TradeMap.
Fonte: EDR