A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, nesta sexta-feira, que está encerrada a emergência declarada para a Covid-19 há mais de três anos, um marco no surgimento intermitente de uma pandemia que matou milhões de pessoas em todo o mundo e mudou a vida cotidiana em condições antes inimagináveis.
— Com grande esperança, declaro a Covid-19 encerrada como uma emergência de saúde global — disse o diretor-geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Muitos países já encerraram seus estados de emergência por Covid e se afastaram de quase todas as restrições de saúde pública implementadas para controlar o vírus. Os Estados Unidos suspenderão sua emergência da Covid em 11 de maio. O vírus continuará a ter status de pandemia de acordo com a OMS, assim como o HIV.
A mudança da designação da OMS, no entanto, oficialmente chamada de “emergência de saúde pública de interesse internacional”, é um momento significativo na evolução do relacionamento humano com o novo coronavírus.
K. Srinath Reddy, que liderou a Fundação de Saúde Pública da Índia durante a pandemia, disse que a decisão de suspender a emergência foi apropriada, devido aos altos níveis globais de imunidade à Covid, induzida por vacinação ou infecção, ou ambas.
“Já não possui o mesmo nível de perigo”, disse, acrescentando que a Covid “atingiu um nível de equilíbrio, um certo tipo de coexistência com o hospedeiro humano”. Reddy disse que o fim do estado de emergência também deve ser apreciado como um momento de conquista humana e uma “celebração da ciência”.
— É importante reconhecer que o que fez o vírus mudar de caráter não foi apenas a biologia evolutiva — disse ele — mas também o fato de que o induzimos a se tornar menos virulento, por vacinação, por máscaras, por uma série de medidas sanitárias.
Números alarmantes
Globalmente, houve 765.222.932 casos confirmados de Covid, incluindo 6.921.614 mortes, relatadas à OMS em 3 de maio. Mas esses números são uma grande subestimação do verdadeiro número da pandemia. Pesquisadores independentes estimaram que a contagem real de mortes do vírus é muitas vezes maior.
FONTE: O Globo